A França aprovou recentemente uma lei que proíbe a venda e distribuição de cigarros eletrônicos descartáveis, após anos de alertas de organizações médicas sobre os riscos à saúde, especialmente entre os adolescentes. O vape, popularmente conhecido como “puff” entre os jovens franceses, se tornou um produto amplamente consumido devido aos sabores e à alta concentração de nicotina, que causa uma dependência precoce e intensa. Apesar da resistência da indústria do tabaco, a lei passou por uma avaliação da Comissão Europeia, que aprovou sua implementação, mas recomendou a exclusão dos cigarros eletrônicos recarregáveis da proibição.
Com essa medida, a França se junta à Bélgica como o segundo país europeu a banir os cigarros eletrônicos descartáveis, seguindo uma tendência que pode se expandir, com o Reino Unido planejando uma proibição até junho deste ano. Estudo recente revelou que 15% dos adolescentes franceses entre 13 e 16 anos já haviam utilizado esses dispositivos, e uma parcela significativa desses jovens passou a consumir cigarros convencionais ou outros produtos relacionados. Além dos danos à saúde, o uso de vapes também gera uma preocupação ambiental, devido ao descarte inadequado das baterias de lítio presentes nos dispositivos.
O impacto da proibição é, no entanto, desafiado pela venda clandestina e pelo comércio online, que oferece os produtos a preços mais acessíveis. Além disso, o mercado negro tem possibilitado a introdução de outros itens, como cigarros e substâncias ilícitas. Em paralelo, autoridades de saúde alertam para os perigos de novos produtos, como um canabinoide sintético que tem preocupado as autoridades pela rápida adoção entre os jovens e os efeitos devastadores para a saúde. O enfrentamento desses problemas exige não apenas leis rigorosas, mas também ações de fiscalização mais efetivas.