O Partido de Liberdade da Áustria (FPÖ) anunciou nesta quarta-feira (12) sua decisão de não formar um governo de coalizão com o Partido Popular Austríaco (ÖVP), encerrando semanas de negociações tensas. O líder do FPÖ, Herbert Kickl, comunicou ao presidente austríaco, Alexander Van der Bellen, que as negociações não alcançaram um resultado satisfatório, apesar das concessões feitas por sua parte. As diferenças entre os dois partidos estavam centradas nas condições para formar uma aliança, com o FPÖ insistindo em um papel importante no Ministério do Interior.
O ÖVP criticou a postura inflexível de Kickl, alegando que ele não estava disposto a chegar a um acordo que favorecesse uma colaboração equitativa. Inicialmente, o FPÖ teve um bom desempenho nas eleições legislativas de setembro de 2024, liderando com quase 29% dos votos, enquanto o ÖVP obteve 26,3%. Durante as negociações, o FPÖ inicialmente se mostrou aberto a formar uma coalizão com outros partidos, mas as discussões não avançaram. Quando o ÖVP se aproximou do FPÖ, surgiram novas tensões, particularmente relacionadas a questões como o controle de pastas-chave, incluindo a do Ministério do Interior.
Em um cenário de crescente insatisfação popular, dezenas de milhares de pessoas se manifestaram em Viena, exigindo a defesa dos direitos fundamentais durante o processo de negociação da coalizão. A postura radical do FPÖ, que inclui propostas como o retorno à neutralidade política e a limitação da primazia da legislação europeia, intensificou a divisão política no país. O futuro da coalizão e das alianças políticas permanece incerto, já que o FPÖ opta por manter uma linha dura em suas propostas.