O filme em questão é uma produção ousada e criativa, que, apesar de sua abordagem absurda e subversiva, nunca perde o interesse do público. No entanto, a obra gerou controvérsias significativas, especialmente devido ao seu enredo e à escolha de um protagonista transgênero, o que causou descontentamento tanto em uma parcela do público mexicano quanto entre críticos da comunidade trans. As críticas surgiram principalmente por conta de declarações polêmicas feitas pelo ator principal em redes sociais anos antes.
O filme, inicialmente apontado como forte candidato ao Oscar, com 13 indicações, viu sua trajetória ser drasticamente afetada por essas revelações, o que fez com que a produção passasse de favorita a um assunto tóxico, evitado por muitos dentro da indústria cinematográfica. A indignação crescente em torno do caso se refletiu em uma desaceleração de seu apoio, fazendo com que o prêmio de Melhor Filme fosse questionado por muitos especialistas e críticos.
Diante desse cenário, a tarefa de defender a indicação de “Emilia Pérez” como Melhor Filme se torna desafiadora, principalmente quando a pessoa que o faz não tem uma conexão direta com as questões culturais e sociais envolvidas na produção. O caso ilustra como o campo das premiações cinematográficas pode ser afetado por questões externas e controvérsias pessoais, gerando um ambiente de debate acirrado sobre os limites entre arte, responsabilidade social e reconhecimento.