O filme “Ainda Estou Aqui” conquistou o prêmio Goya de Melhor Filme Ibero-americano, marcado como um marco histórico para o Brasil, que pela primeira vez teve uma produção indicada ao Oscar do cinema espanhol. A cerimônia aconteceu no sábado, 8, e a estatueta foi recebida por Jorge Drexler, cantor uruguaio que trabalhou com o diretor Walter Salles no filme “Diários de Motocicleta” (2005). Salles, ausente no evento, enviou uma mensagem escrita, expressando sua gratidão e dedicando a vitória ao cinema brasileiro e a diversas figuras influentes na cultura do país.
A mensagem de Salles, lida por Drexler, destacou o significado do prêmio, que não só marca a primeira indicação de um filme brasileiro, mas também uma celebração da cultura ibero-americana e da cinematografia espanhola, com referência a cineastas influentes como Luis Buñuel. O diretor também expressou a importância de ser representado por Drexler, ressaltando a continuidade de uma jornada criativa compartilhada. Salles lembrou ainda a relevância do filme, que aborda a memória de uma família durante a ditadura militar no Brasil, conectando-a com as memórias do Uruguai e da região.
Em sua mensagem, o diretor dedicou o prêmio ao cinema brasileiro e a importantes figuras como Eunice Paiva, Marcelo Rubens Paiva, Fernanda Montenegro e Fernanda Torres. Também agradeceu aos cineastas que contribuíram para a memória cinematográfica da América Latina, como Pedro Almodóvar, Fernando Trueba e Arturo Ripstein, e finalizou com um agradecimento a Granada, cidade que sediou a cerimônia. O prêmio simboliza uma importante vitória para o cinema brasileiro no cenário internacional.