Marlon Reis, um dos principais idealizadores da Lei da Ficha Limpa, expressou preocupações sobre o avanço de projetos no Congresso que buscam flexibilizar a legislação, com o objetivo de possibilitar a candidatura de Jair Bolsonaro em 2026. A principal proposta, protocolada pelo deputado Hélio Lopes (PL-RJ), limita a inelegibilidade por abuso de poder político ou econômico a casos com condenação criminal, o que não incluiria o ex-presidente, cujas punições são de natureza cível-eleitoral.
Além disso, outro projeto, apresentado pelo deputado Bibo Nunes (PL-RS), sugere reduzir de oito para dois anos o período de inelegibilidade, permitindo que Bolsonaro se candidate já nas próximas eleições. Essas iniciativas têm sido criticadas por figuras do movimento anticorrupção, que temem uma erosão da Lei da Ficha Limpa e veem nelas uma tentativa de beneficiar políticos condenados por abusos de poder.
Bolsonaro, por sua vez, tem atacado a Ficha Limpa, alegando que a legislação é usada para perseguir políticos de direita e defendendo a revogação da lei para que o povo tenha a liberdade de decidir quem deve ou não ser eleito. Caso os projetos sejam aprovados, a eficácia da Lei da Ficha Limpa seria reduzida, e a perspectiva de uma candidatura do ex-presidente em 2026 se tornaria viável. O movimento anticorrupção, no entanto, promete lutar contra essas mudanças.