A gestão de resíduos sólidos nas cidades brasileiras tem se concentrado principalmente na coleta e no descarte, deixando estratégias sustentáveis como redução, reciclagem e reaproveitamento em segundo plano. Para melhorar esse modelo, foi desenvolvida a ferramenta ISRD (Índice de Sustentabilidade da Gestão de Resíduos Domiciliares), que visa avaliar a sustentabilidade dos sistemas de gestão de resíduos, indo além da tradicional divisão entre as esferas social, econômica e ambiental. A ferramenta permite identificar alternativas sustentáveis, apoiar a tomada de decisões e direcionar políticas públicas.
O ISRD utiliza oito dimensões propostas por Robert B. Gibson, que integram os três pilares da sustentabilidade, buscando evitar sobreposições entre elas. Essas dimensões abrangem aspectos como integridade do sistema socioecológico, equidade intergeracional e governança democrática, entre outros. A ferramenta, desenvolvida em parceria com especialistas da área, busca ser de fácil aplicação e está disponível para gestores públicos e pesquisadores, com acesso gratuito e acompanhada de um tutorial para facilitar seu uso.
A avaliação fornecida pela ferramenta é apresentada por meio de um relatório e um gráfico radar, que mede a sustentabilidade da gestão de resíduos em uma escala de 0 a 1. Quanto mais próximo de 0, mais urgente se torna a necessidade de mudanças nas estratégias adotadas. A ferramenta já está em fase de testes e será expandida para outras regiões do Brasil, com planos futuros de adaptação para diferentes tipos de resíduos, como os industriais e de serviços de saúde. A iniciativa alinha-se aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), especialmente ao ODS 06, relacionado ao acesso a água limpa e saneamento.