O dólar, que havia disparado no final de 2024, viu uma queda significativa no início de 2025, com uma desvalorização de 6,76% nos primeiros dias do ano. Especialistas apontam quatro fatores principais que explicam essa tendência. Primeiro, a postura mais moderada de Donald Trump em relação à China e outras potências comerciais, que amenizou o risco de um protecionismo mais severo e uma possível alta da inflação nos Estados Unidos. Segundo, a elevação da taxa de juros no Brasil, que aumentou a atratividade dos investimentos em títulos públicos brasileiros e fortaleceu o real.
Outro fator importante foi a diminuição do estresse interno no Brasil. A frustração do mercado com o pacote fiscal proposto pelo governo no final de 2024, que não trouxe medidas estruturais esperadas, contribuiu para uma alta do dólar no fim do ano. No entanto, com a estabilização política recente e a expectativa de que o governo se mostre mais ponderado, o mercado reagiu positivamente, ajudando na queda da moeda americana. O terceiro fator, a diminuição do risco geopolítico, também teve um impacto significativo, com a trégua entre Israel e Hamas e a possibilidade de um cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia, o que reduziu a incerteza internacional e favoreceu moedas emergentes como o real.
Embora o dólar tenha apresentado uma queda, especialistas alertam que o cenário interno brasileiro, com a desaceleração econômica e o risco fiscal, ainda representa desafios. Apesar disso, a melhora no ambiente externo, a postura mais suave de Trump e as medidas econômicas no Brasil indicam um alívio para as moedas emergentes, o que reflete na recente valorização do real frente ao dólar.