A disparada do dólar no final de 2024 foi seguida por uma queda acentuada nos primeiros dias de 2025, encerrando o primeiro dia útil do ano a R$ 6,16 e fechando a R$ 5,77 em 4 de janeiro. Especialistas apontam quatro fatores principais para esse movimento: a postura de Donald Trump, o aumento das taxas de juros no Brasil, a diminuição do estresse doméstico e a redução do risco geopolítico. A postura menos agressiva do presidente dos Estados Unidos em relação à China e outros países, como México e Canadá, tem contribuído para aliviar as expectativas de um protecionismo econômico, o que resulta em um dólar mais fraco.
Além disso, a recente elevação da taxa básica de juros no Brasil, que agora é de 13,25% ao ano, tem tornado os investimentos em renda fixa mais atraentes para investidores internacionais, gerando uma entrada de dólares no país. A alta de juros é vista como necessária para controlar a inflação, que tem se acelerado nos últimos meses, mas também ajuda a fortalecer o real frente ao dólar. Essa situação ocorre em paralelo com uma expectativa de que, enquanto os Estados Unidos mantêm taxas de juros elevadas, o Brasil se torna uma opção mais vantajosa para os investidores.
Por fim, a diminuição do risco geopolítico, com acordos como o cessar-fogo entre Israel e Hamas, além das tensões entre Rússia e Ucrânia, também tem influenciado na valorização de moedas emergentes, como o real. A redução da incerteza externa, somada à aparente contenção de pressões internas no Brasil, contribui para o alívio do mercado financeiro e uma correção no preço da moeda norte-americana, que se afastou dos níveis mais altos registrados em 2024.