A valorização do real em relação ao dólar no início de 2025 é resultado de uma combinação de fatores econômicos e geopolíticos. A postura menos agressiva de Donald Trump em relação a tarifas sobre produtos importados, aliada à elevação da taxa de juros no Brasil, são elementos chave que impactaram o mercado financeiro. A expectativa de medidas protecionistas mais severas, que não se concretizaram, resultou em uma queda no valor do dólar frente ao real, com o câmbio registrando uma desvalorização de 6,76% nos primeiros dias de janeiro.
Além disso, o aumento da taxa de juros pelo Banco Central do Brasil, com a Selic chegando a 13,25%, tem atraído investidores estrangeiros, fortalecendo a moeda brasileira. A alta da taxa de juros é uma resposta à aceleração da inflação no Brasil, o que também beneficia o real ao tornar os títulos de renda fixa mais atraentes para os investidores. A melhora nas contas públicas e um ambiente político interno menos estressado também contribuem para o alívio da pressão sobre a moeda brasileira.
Por fim, o cenário geopolítico global também desempenhou um papel importante, com a diminuição das tensões em conflitos internacionais, como a guerra em Gaza e a aproximação das negociações entre Rússia e Ucrânia. Essas reduções no risco geopolítico ajudaram a diminuir a aversão ao risco nos mercados, favorecendo moedas emergentes como o real. Embora o dólar tenha se enfraquecido, o cenário interno de juros elevados e desafios econômicos no Brasil ainda representam riscos para a estabilidade da moeda.