Na última segunda-feira, a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) anunciou que o Fator Y para o reajuste de preços de medicamentos de 2025 será de 0%, devido ao saldo acumulado de anos anteriores, que compensou aumentos de câmbio e tarifas de energia elétrica. O Fator Y tem como objetivo ajustar os preços com base nas variações de custos não contempladas pelo índice de inflação oficial (IPCA), afetando especialmente as mudanças na taxa de câmbio e nas tarifas de eletricidade. Estimativas indicam que o reajuste ficará ligeiramente abaixo de 4%, impactando diretamente o setor farmacêutico.
Esse cenário tem gerado reações em analistas de mercado, como XP e BTG Pactual, que preveem impactos negativos sobre os varejistas farmacêuticos. O reajuste abaixo da inflação poderá afetar a alavancagem operacional das empresas do setor e prejudicar o capital de giro no curto prazo. Além disso, a redução dos preços para refletir mudanças tributárias também deverá pressionar os lucros das empresas. A expectativa é que, com a inflação em aceleração, o desempenho do setor farmacêutico nos próximos meses seja desafiador, especialmente no segundo semestre de 2025.
Por outro lado, analistas de bancos como Goldman Sachs enxergam empresas como Hypera, Blau e Viveo como mais resilientes a médio e longo prazo, devido à sua diversificação e estratégias de adaptação. Apesar das dificuldades enfrentadas pelo setor em 2025, a competição no segmento de genéricos e a gestão do capital de giro serão os principais pontos de atenção para as empresas farmacêuticas. O impacto total no desempenho financeiro das companhias dependerá de como essas estratégias serão implementadas diante de um mercado em mudança.