O impacto da civilização tecnológica no meio ambiente pode deixar marcas duradouras para o futuro. Cientistas especializados na formação de fósseis, como a paleontóloga Sarah Gabbott, estudaram quais elementos da sociedade atual são mais propensos a se preservar como fósseis. Entre as conclusões mais notáveis, destacam-se o plástico, as roupas de fast fashion e os resíduos de fast food, como ossos de frango. De acordo com os pesquisadores, esses itens representam uma parte significativa da nossa era e são praticamente indestrutíveis, o que aumenta suas chances de sobrevivência ao longo de milhões de anos.
O plástico, especialmente, é apontado como um dos principais “tecnofósseis”, devido à sua alta durabilidade, produção em larga escala e ampla distribuição pelo mundo. Essa ubiquidade torna o plástico uma marca registrada de nossa civilização, com a possibilidade de ser encontrado em qualquer escavação futura, em qualquer parte do planeta. A resistência do material faz com que ele se destaque como uma evidência do impacto humano no meio ambiente, que pode ser detectado por gerações muito além da nossa.
Além do plástico, os itens de fast fashion, como roupas de baixo custo e com grande rotatividade, também têm grandes chances de perdurar como vestígios de nosso consumo acelerado. Esses itens, junto com embalagens de alimentos rápidos, representam um padrão de vida efêmero e descartável, mas que provavelmente permanecerá como um dos testemunhos mais duradouros de nossa época, evidenciando os hábitos e o estilo de vida de uma sociedade que prioriza a produção em massa e o consumo imediato.