A escassez de ovos no mercado brasileiro tem sido agravada por uma combinação de fatores, como as mudanças climáticas, a crise aviária nos Estados Unidos e o aumento das exportações. Esses fatores resultaram em uma oferta abaixo da demanda, pressionando os preços e dificultando a rotina de cooperativas como a de Guatapará (SP), um dos maiores polos produtores de ovos do interior paulista. A cooperativa precisou limitar os pedidos dos clientes devido à falta do produto, uma situação inédita para o setor.
O aumento nas exportações, que geram lucros maiores com o dólar valorizado, contribui para a diminuição da oferta interna, enquanto a demanda no mercado doméstico segue aquecida. De acordo com especialistas, a produção de ovos foi afetada pela crise aviária, além de uma previsão de crescimento bem abaixo do esperado para 2025 devido ao clima adverso. O reflexo é uma alta de 10,6% no preço do ovo, que impacta diretamente o consumidor final, que já enfrenta dificuldades com o aumento dos custos de transporte.
O cenário de escassez está forçando cooperativas a buscar ovos de outras localidades para suprir a demanda, mas mesmo assim, a produção segue insuficiente. Esse cenário afeta tanto produtores quanto revendedores, que enfrentam dificuldades para manter os estoques. O aumento no preço do ovo e a falta do produto geram um repasse de custos para os supermercados, que, por sua vez, repassam o impacto para os consumidores. A situação, considerada preocupante, reflete uma crise que afeta toda a cadeia de produção e consumo do ovo no Brasil.
