As autoridades de segurança do Rio de Janeiro confirmaram a formação de uma aliança entre duas das maiores facções criminosas do Brasil, o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV). A aliança, que foi sendo construída ao longo das últimas semanas, foi oficializada após 37 presos do PCC solicitarem transferência para unidades prisionais onde estão detidos membros do CV. A comunicação entre os líderes das facções tem circulado desde o dia 11 de fevereiro, com mensagens pedindo a cessação de ataques entre as quadrilhas e a promoção de uma nova “aliança de paz, justiça, liberdade e fraternidade”. A partir de 25 de fevereiro de 2025, ambas as organizações criminosas declararam o fim de sua guerra interna, com uma abertura para o diálogo com outras facções.
O histórico de confrontos entre PCC e CV remonta a 2016, quando a disputa pela rota de tráfico de drogas na fronteira com o Paraguai resultou em uma série de confrontos violentos. As tensões entre as facções culminaram em massacres dentro de unidades prisionais em diversas regiões do país, com centenas de mortes, muitas delas violentas e altamente visíveis. A recente tentativa de pacificação foi motivada, em parte, pela pressão das forças de segurança e pela necessidade de redução da violência nas prisões. Apesar da resistência inicial de membros das facções, o entendimento foi alcançado, refletindo uma mudança significativa nas dinâmicas do crime organizado no Brasil.
O acordo também reflete uma estratégia coordenada das facções para enfrentar as condições do sistema penitenciário e ampliar seu poder de influência, possivelmente envolvendo outras organizações criminosas em um futuro próximo. As autoridades de segurança nacional já estavam cientes da possibilidade dessa aliança, conforme relatórios de inteligência, e os comunicados recentes indicam que, após quase uma década de hostilidade, o PCC e o CV estão dispostos a agir juntos para fortalecer sua posição. A união é vista como um movimento estratégico contra o sistema prisional, que tem intensificado a repressão aos criminosos.