Um estudo publicado na revista Nature Communications revelou que a exposição de curto prazo à poluição do ar pode afetar a capacidade de concentração e o desempenho em tarefas cotidianas. A pesquisa foi realizada com participantes expostos a níveis elevados de partículas, utilizando fumaça de vela, e os resultados mostraram que até mesmo uma breve exposição pode prejudicar a capacidade de se concentrar e evitar distrações. Além disso, os participantes tiveram dificuldades em reconhecer emoções em expressões faciais, sugerindo que a poluição de curto prazo impacta a função cognitiva através de mecanismos pulmão-cérebro.
Embora a memória de trabalho não tenha sido afetada, o estudo apontou que a exposição à poluição pode levar a distrações na vida diária, como por exemplo, o estímulo a comportamentos impulsivos, como compras não planejadas. O estudo também destacou que algumas funções cerebrais parecem ser mais resistentes aos efeitos da poluição do que outras. Os cientistas ressaltaram que a poluição do ar é um dos maiores riscos ambientais à saúde pública, com a Organização Mundial da Saúde (OMS) estimando que cerca de 4,2 milhões de mortes prematuras ocorram anualmente devido à exposição a essas partículas no ambiente externo.
Os resultados do estudo têm implicações importantes para a sociedade e a economia, afetando áreas como o desempenho educacional e a produtividade no trabalho. Dado que a poluição do ar prejudica a função cognitiva e pode afetar a tomada de decisões em várias situações cotidianas, é fundamental considerar políticas públicas que visem a reduzir os níveis de poluição para melhorar a saúde e a qualidade de vida das populações.