Em 2024, o Espírito Santo bateu recorde histórico nas exportações de café, com mais de 8 milhões de sacas enviadas ao exterior, gerando quase R$ 10 bilhões para a economia estadual. A alta demanda do mercado internacional, impulsionada pela valorização do produto e pelas dificuldades enfrentadas por concorrentes diretos como Vietnã e Indonésia, contribuiu para o crescimento das exportações. Países como Bélgica, Itália, Espanha, Estados Unidos e México foram os principais destinos, com destaque para um aumento significativo nas exportações para a União Europeia, que subiram 150% em relação ao ano anterior.
Apesar do sucesso nas exportações, o café no mercado interno enfrenta preços elevados, que impactam diretamente o bolso do consumidor brasileiro. Nos supermercados, o quilo do café pode chegar a R$ 50, e especialistas preveem uma nova alta de até 25% nos próximos meses. Esse aumento é atribuído à escassez do produto em várias regiões do mundo, além dos custos logísticos elevados enfrentados por outros países produtores. A Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) alerta que, embora o café seja o item mais caro da cesta básica, a indústria ainda não repassou completamente os custos para os consumidores.
O setor de café no Espírito Santo está otimista para 2025, com projeções de crescimento de 20% a 25% nas exportações. A produção do café conilon, especialmente valorizada no exterior, continua a ser um pilar importante para a economia local, beneficiando especialmente as regiões do interior. No entanto, a alta no preço do produto também reflete um aumento significativo na inflação interna, o que deve continuar a pressionar os custos no mercado nacional.