Na manhã desta segunda-feira (3), uma explosão de carro-bomba na cidade síria de Manbij causou a morte de pelo menos 15 pessoas, entre elas 14 mulheres e um homem. O ataque é o segundo em apenas três dias e o mais letal desde a queda do regime de Bashar al-Assad, ocorrida em dezembro. As vítimas eram trabalhadores agrícolas e outras 15 mulheres ficaram feridas. De acordo com a defesa civil, o número de mortos pode aumentar, dada a gravidade dos ferimentos. Manbij, que já foi controlada por diversas facções durante a guerra, é uma cidade estratégica localizada cerca de 30 km da fronteira com a Turquia.
Este ataque ocorre apenas dois dias após outro similar, ocorrido no sábado (1º), que também foi atribuído a um carro-bomba e resultou na morte de quatro civis, além de nove feridos, incluindo crianças. A cidade de Manbij tem sido alvo de constantes disputas entre grupos locais e forças internacionais desde 2016, quando foi capturada das mãos do Estado Islâmico (EI) por milícias curdas. Desde dezembro, a cidade passou a ser controlada por grupos apoiados pela Turquia, após a saída das Forças Democráticas Sírias (SDF), que anteriormente eram apoiadas pelos Estados Unidos.
A guerra civil na Síria, que começou em 2011, continua a gerar um cenário de instabilidade, com ataques frequentes e mudanças constantes no controle de territórios. A situação ficou ainda mais complexa após a derrubada do regime de Assad em dezembro, com a ascensão de novos grupos e facções, como o Hayat Tahrir al-Sham (HTS), que assumiu o controle de Damasco e nomeou um novo líder. Apesar de um cessar-fogo em 2020, os combates permanecem em áreas isoladas, e o número de vítimas civis continua a crescer, com mais de 300 mil mortes e milhões de deslocados.