A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda prevê para 2025 um crescimento global moderado, com continuidade do processo de desinflação. O Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta uma expansão de 3,3% na economia mundial, impulsionada por uma recuperação econômica na Zona do Euro e no Japão. No entanto, o crescimento dos Estados Unidos deve desacelerar devido aos efeitos das políticas monetárias contracionistas adotadas no período anterior. Embora a convergência da inflação para as metas seja esperada, a desinflação nos países emergentes deve seguir em um ritmo mais lento.
Os principais riscos apontados pela SPE incluem a adoção de práticas protecionistas, especialmente nos Estados Unidos, que podem afetar a economia global e o processo de desinflação. A imposição de tarifas comerciais tende a aumentar a aversão ao risco e fortalecer o dólar, o que pode elevar as taxas de juros americanas e dificultar a flexibilização monetária. Essas medidas têm o potencial de impactar negativamente as economias emergentes e desacelerar o crescimento global, comprometendo a trajetória de recuperação. Outro risco significativo seria uma desaceleração mais profunda da economia chinesa, especialmente em função das tarifas comerciais, o que afetaria as exportações e a demanda por commodities.
A SPE também destaca fatores que podem aliviar a pressão inflacionária, como o aumento da oferta de petróleo e gás nos Estados Unidos, avanços tecnológicos em inteligência artificial e uma safra de grãos recorde no Brasil. Esses elementos podem contribuir para a redução dos preços de commodities energéticas e agropecuárias em 2025. No entanto, o cenário para os mercados financeiros é de maior volatilidade, o que pode aumentar os desafios econômicos durante o ano.