O ex-presidente Michel Temer (MDB) se posicionou a favor do debate sobre a implementação do semipresidencialismo no Brasil, destacando que a mudança no regime político poderia ser analisada a partir de 2030. Em entrevista, ele defendeu que a proposta não reduziria o poder do Executivo, mas permitiria que o Parlamento assumisse responsabilidades na administração interna do país, como a gestão dos recursos orçamentários. Segundo Temer, a mudança não comprometeria a governabilidade, pois o presidente manteria grande parte de suas atribuições.
A PEC 2/2025, que propõe o semipresidencialismo, foi protocolada na Câmara dos Deputados e está sendo discutida por parlamentares e especialistas. A proposta, que visa alterar a Constituição, conta com o apoio de diversas figuras políticas, especialmente de centro-direita, e já reúne quase 200 assinaturas. O deputado Luiz Hauly (Podemos-PR), autor da PEC, planeja coletar 300 assinaturas antes de sua apresentação oficial. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), também é um dos apoiadores da iniciativa.
No modelo semipresidencialista, o presidente, eleito diretamente pelo povo, dividiria o poder com um primeiro-ministro, que seria escolhido por ele e nomeado entre os parlamentares mais experientes. O primeiro-ministro, uma figura central no regime, teria a responsabilidade de liderar o governo em questões internas, com o Congresso desempenhando papel significativo nas decisões políticas. A proposta ainda precisa passar por um processo de discussão e referendo popular, conforme defendido por Temer.