Em depoimento à Polícia Federal, o ex-ajudante de ordens de um ex-presidente revelou que o militar foi solicitado a levantar o valor de presentes recebidos de autoridades estrangeiras, incluindo joias de origem saudita. Entre os itens analisados estava um relógio Rolex, que foi sugerido para venda com a intenção de quitar dívidas pessoais, como multas judiciais relacionadas a infrações durante o mandato. A denúncia também inclui acusações de lavagem de dinheiro e peculato em relação ao caso das joias, com o valor de US$ 86 mil obtido com a venda desses itens sendo entregue ao ex-presidente.
O depoimento também trouxe à tona o envolvimento do ex-presidente em estratégias para anular os resultados das eleições de 2022, com a entrega de uma minuta por parte de assessores, que visava prender autoridades e realizar novas eleições. Segundo o relato, o ex-presidente teria modificado pontos do documento, incluindo a prisão de um ministro do Supremo Tribunal Federal. O tenente-coronel detalhou ainda sua situação financeira precária após sua prisão e revelou o impacto emocional nas sua família, com a venda de bens para lidar com as consequências jurídicas e pessoais do caso.
No contexto dessa investigação, a defesa do ex-presidente refutou as acusações, chamando a delação de fantasiosa. Em meio ao processo, o ex-ajudante demonstrou profundo abatimento emocional, especialmente quando expôs as dificuldades familiares decorrentes de sua prisão. A situação continua a atrair grande atenção, refletindo as complexidades das investigações e os desdobramentos políticos em curso.