O ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, em seu acordo de colaboração premiada, revelou que o ex-presidente Jair Bolsonaro autorizou a entrada de três blogueiros no Palácio da Alvorada, em 2022, durante uma crise política relacionada aos ataques extremistas em frente à residência oficial. Esses blogueiros estavam sendo investigados por incitação a atos antidemocráticos e temiam prisões pela Polícia Federal. De acordo com Cid, Bolsonaro, após serem contatados pelos envolvidos, facilitou a entrada e posteriormente providenciou transporte para um deles, após o alerta de que sua permanência no local poderia gerar complicações.
A colaboração de Cid se desdobrou em uma investigação mais ampla sobre tentativas de um golpe de Estado em 2022, que buscavam impedir a posse do presidente eleito. Cid, além de detalhar os eventos de dezembro de 2022, também mencionou outros aspectos do governo Bolsonaro, incluindo alegações sobre tentativas de influenciar investigações e ações políticas. A denúncia contra Cid, Bolsonaro e outras 32 pessoas abrange crimes como golpe de Estado e organização criminosa. As provas contra os envolvidos foram obtidas ao longo de quase dois anos de investigações, que incluem quebras de sigilos e colaborações premiadas.
O processo segue agora no Supremo Tribunal Federal (STF), onde os acusados terão a chance de se defender. Caso as denúncias sejam aceitas, eles responderão por ações penais públicas. No entanto, o ex-presidente, por não possuir mais foro privilegiado, pode ter seu caso julgado em uma Vara Federal, o que pode resultar em um processo mais longo. A investigação ainda está em andamento, e os próximos passos podem incluir audiências, novos interrogatórios e eventual julgamento.