Líderes europeus insistiram que devem ter voz nas negociações internacionais para encerrar a guerra na Ucrânia, apesar de Washington e Moscou indicarem que, por enquanto, não há espaço para a participação europeia. Após três horas de conversas de emergência em Paris, representantes de países como Alemanha, Reino Unido, Itália, Polônia, Espanha e Países Baixos não chegaram a um consenso sobre o envio de tropas de paz, especialmente após a diplomacia dos EUA ter causado um distúrbio nas relações transatlânticas. Alguns países europeus, como a Polônia, se opuseram à ideia de enviar forças militares para a Ucrânia, enquanto outros, como o Reino Unido, expressaram disposição em considerar uma ação militar, caso haja um acordo duradouro de paz.
As tensões aumentaram depois que altos oficiais dos EUA, incluindo membros da administração Trump, minimizassem a necessidade de um envolvimento europeu nas negociações. O secretário de Defesa dos EUA e outros representantes mencionaram que uma solução rápida e simplificada seria mais eficaz, o que foi reiterado pelo ministro das Relações Exteriores da Rússia. Por outro lado, a França e outros países europeus expressaram que o bloqueio à participação de líderes europeus nas conversações seria um grande obstáculo. O presidente francês, Emmanuel Macron, manifestou surpresa diante das críticas de autoridades dos EUA sobre a cooperação de defesa europeia, reforçando a necessidade de um papel mais proativo da Europa na segurança do continente.
Apesar das divergências, muitos líderes europeus continuam comprometidos em apoiar a Ucrânia e pressionam por uma participação ativa nas futuras negociações de paz. A Alemanha e a Espanha destacaram que qualquer acordo de paz não pode ser imposto à Ucrânia e deve envolver os países europeus para garantir uma solução duradoura. No entanto, ainda há incertezas sobre o envio de tropas após um possível acordo, com alguns líderes como o chanceler alemão, Olaf Scholz, considerando prematura qualquer discussão sobre a presença militar europeia no terreno. A necessidade de aumentar os investimentos em defesa na Europa, especialmente em países como a Polônia, também é um ponto de consenso, visando a maior capacidade de autossuficiência do continente em termos de segurança.