O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, pediu ao presidente do Panamá, José Raúl Mulino, que reduza a presença de empresas chinesas na região do Canal do Panamá. Durante uma reunião na Cidade do Panamá, Rubio expressou que a influência da China nos portos próximos ao canal comprometeria a neutralidade da via, que foi transferida ao Panamá em 1999. O governo dos EUA considera a atuação de empresas chinesas como uma violação do tratado que rege a administração do canal, e Rubio alertou que, sem mudanças imediatas, os Estados Unidos tomariam medidas para proteger seus direitos no acordo.
Apesar da pressão, o governo panamenho minimizou os riscos de um impasse com Washington, com Mulino afirmando que não há uma ameaça real à validade do tratado. O presidente panamenho reconheceu a preocupação dos EUA, mas destacou que a concessão da empresa Hutchison Ports, responsável pelos portos, está sendo auditada e poderá ser revista. Além disso, o Panamá anunciou que não renovará sua adesão à Iniciativa do Cinturão e Rota, um projeto chinês de expansão da influência econômica global.
A visita de Rubio ocorre em um contexto de intensificação da política externa dos EUA na América Latina, com uma postura mais firme frente a aliados regionais. Além das questões sobre o Canal do Panamá, Rubio também cobrou maior cooperação do Panamá no controle da imigração e no combate ao tráfico de drogas. Em meio a protestos na Cidade do Panamá, o secretário de Estado segue sua agenda pela América Central, visitando El Salvador, Costa Rica, Guatemala e República Dominicana nos próximos dias.