O promotor do Tribunal Penal Internacional (TPI), Karim Khan, foi o primeiro alvo das sanções econômicas e de viagem impostas pelos Estados Unidos em resposta às investigações conduzidas pelo tribunal sobre crimes de guerra cometidos por cidadãos americanos. A medida foi autorizada pelo presidente Donald Trump e afetou não apenas Khan, mas também membros de sua família, impedindo-os de acessar ativos nos EUA e de viajar para o país. As sanções foram anunciadas em uma ordem executiva assinada por Trump e começaram a ser aplicadas na sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025.
A ação do governo dos EUA gerou forte reação do TPI, que condenou as sanções e reafirmou seu compromisso com a justiça internacional. A Corte destacou a importância de sua independência para garantir a responsabilização por atrocidades em diversas partes do mundo. Representantes do tribunal em Haia se reuniram para discutir as implicações da medida, com a preocupação de que isso pudesse enfraquecer sua capacidade de operar, especialmente em situações já em investigação, como na Líbia e no Sudão.
Em um contexto mais amplo, a imposição de sanções gerou críticas de países e organizações internacionais que alertaram para o risco de impunidade para crimes graves. A medida ocorre em um momento sensível, coincidindo com uma visita do primeiro-ministro israelense a Washington, e foi defendida por aliados que consideram o TPI uma ameaça à soberania nacional e ao direito de autodefesa das nações. A comunidade internacional continua dividida sobre o impacto dessa decisão nas operações do TPI e na luta contra a impunidade.