O Conselho de Direitos Humanos da ONU, criado em 2006 para substituir a antiga Comissão de Direitos Humanos, completa 19 anos de existência enfrentando desafios significativos. Composto por 47 países eleitos, o conselho tem como principal função promover a proteção dos direitos humanos mundialmente e fazer recomendações sobre violações. A cada ano, um terço dos membros é renovado, e países como o Brasil participam ativamente das discussões e resoluções. Em seus 19 anos, o conselho emitiu mais de 1.400 resoluções que buscam pressionar países a melhorar suas práticas em relação aos direitos humanos.
Em fevereiro de 2025, os Estados Unidos e Israel anunciaram sua retirada do conselho, citando a proteção a violadores de direitos humanos e críticas direcionadas a Israel, especialmente em relação ao tratamento dos palestinos. A decisão de Donald Trump, que já havia retirado os EUA do órgão em 2018, foi acompanhada por Israel, que acusou a ONU de demonizar seu país. A saída de ambos os países levanta questões sobre o impacto político e financeiro do conselho, já que os EUA eram um dos maiores financiadores do órgão, além de possuírem influência militar e econômica significativa.
O afastamento dos EUA do conselho pode abrir espaço para uma nova dinâmica de liderança, com países como os da União Europeia e o Brasil podendo assumir um papel mais destacado na defesa dos direitos humanos. Especialistas sugerem que o vácuo de liderança deixado pode ser uma oportunidade para a promoção do multilateralismo e do respeito aos direitos humanos, destacando a importância de manter a ONU como um fórum relevante em um cenário global em constante mudança.