Os Estados Unidos anunciaram a imposição de tarifas de 10% sobre importações da China, a partir deste sábado, como parte de uma estratégia de guerra comercial retomada por Donald Trump. Esse movimento pode beneficiar o Brasil, especialmente nas exportações de soja, um dos produtos mais afetados pelas tensões entre os dois países. Durante o primeiro mandato de Trump, a China, em resposta às tarifas impostas pelos EUA, aumentou as compras de soja brasileira, o que pode se repetir com o atual cenário, dado que os dois países são os maiores exportadores mundiais do grão.
Além da soja, outros produtos agrícolas do Brasil, como milho e carne, também podem ser favorecidos com o novo cenário. O Brasil tem se destacado no fornecimento de milho, superando os EUA como maior exportador do cereal em 2023. No setor de carnes, o Brasil lidera as exportações de frango e carne bovina, enquanto os EUA dominam o mercado de carne suína. A disputa comercial entre os EUA e a China pode afetar diretamente essas dinâmicas, com o Brasil se consolidando como um fornecedor estratégico para a China, especialmente no setor de alimentos.
Entretanto, o Brasil pode enfrentar desafios caso os EUA decidam adotar tarifas sobre produtos brasileiros. Embora Trump tenha indicado que o Brasil cobra altos preços por seus produtos, os analistas consideram que uma medida protecionista contra produtos essenciais para os EUA, como café, carne e suco de laranja, poderia aumentar o custo dos alimentos no mercado americano e prejudicar sua popularidade. Por isso, uma tarifa contra o Brasil ainda parece improvável, apesar da retórica de reciprocidade que tem sido sugerida por autoridades americanas.