Um estudo recente publicado no Journal of Mammalogy sugere que a pika-americana (Ochotona princeps), um mamífero conhecido por ser sensível ao aquecimento global, pode estar demonstrando uma resistência maior às mudanças climáticas do que se pensava. A espécie, que habita as regiões montanhosas frias do oeste da América do Norte, tradicionalmente considerada vulnerável ao aumento das temperaturas, tem mostrado sinais de adaptação em algumas populações. O estudo, conduzido pelo conservacionista Andrew T. Smith, destaca que essas pikas podem tolerar uma variedade maior de condições ambientais do que antes se acreditava.
A pika-americana, parecida com um pequeno coelho, é territorial e se alimenta de ervas e cardos. Sua distribuição geográfica abrange desde a Colúmbia Britânica e Alberta, no Canadá, até estados como o Novo México e a Califórnia, nos Estados Unidos. Embora tenha sido amplamente aceito que a espécie não sobreviveria em áreas mais quentes, novas evidências mostram que algumas populações estão conseguindo se manter em regiões de temperaturas elevadas, o que reflete uma possível adaptação ao aquecimento global.
O estudo sugere que muitas das pesquisas anteriores sobre a vulnerabilidade da pika se concentraram em populações situadas em regiões marginais do seu habitat. Smith enfatiza a importância de revisar as estratégias de conservação para considerar a resiliência potencial da espécie, bem como de outras espécies, diante das mudanças ambientais. Esses resultados podem levar a uma reavaliação das abordagens de proteção e preservação de animais considerados vulneráveis às alterações climáticas.