Um estudo da FAO, divulgado em janeiro de 2025, revelou que 20 países da América Latina e Caribe estão altamente expostos a eventos climáticos extremos, com mais da metade da população desses países enfrentando alta probabilidade de sofrer com a falta de alimentos devido a tais fenômenos. Esses dados fazem parte do Panorama Regional de Segurança Alimentar e Nutrição 2024, que também destaca as disparidades no acesso a alimentos ideais entre as diferentes regiões, como o Caribe, onde a fome atinge 17,2% da população, e a América Central, com 5,8%.
Embora o número de pessoas em situação de insegurança alimentar tenha diminuído significativamente de 2022 para 2023, passando de 207,3 milhões para 187,6 milhões, ainda existem desafios significativos, especialmente para grupos vulneráveis, como mulheres e moradores de áreas rurais. O estudo aponta que políticas públicas implementadas em vários países sul-americanos ajudaram a reduzir a pobreza e a desigualdade, ao mesmo tempo que promoveram maior acesso a alimentos de qualidade. No entanto, o custo elevado dos alimentos saudáveis continua sendo um obstáculo para muitas famílias de baixa renda, que frequentemente recorrem a alimentos ultraprocessados mais baratos, mas menos nutritivos.
Além das questões de acesso, a preocupação com os alimentos ultraprocessados é crescente, pois estes estão ligados ao aumento de doenças crônicas. A FAO propôs medidas como a elevação da taxação desses produtos para tentar controlar seu consumo. Em paralelo, a obesidade infantil e o subpeso continuam a desafiar as autoridades locais, mesmo em uma região com grande capacidade de produção de alimentos. O estudo reforça a importância de desenvolver sistemas agroalimentares mais resilientes e de combater tanto a insegurança alimentar quanto as doenças associadas à má alimentação.