Um estudo do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) indica que São Paulo e Rio de Janeiro devem enfrentar um aumento de 20% a 30% nas tempestades severas entre 2025 e 2034. O relatório, coordenado por Osmar Pinto Junior, do Inpe, aponta que o fenômeno está associado ao aquecimento global e à intensificação do El Niño. O estudo analisou dados de tempestades nos últimos dez anos e projetou um cenário de aumento de tempestades severas para a próxima década. As tempestades são caracterizadas por uma maior incidência de descargas atmosféricas e fortes rajadas de vento, com potencial para causar danos significativos.
O estudo também revela que as tempestades severas têm se tornado mais frequentes, corroborando uma percepção já existente na população. O número de descargas atmosféricas em tempestades severas é muito superior ao das tempestades normais, com cerca de mil raios em comparação aos 100 de uma tempestade convencional. Além do impacto das tempestades sobre a infraestrutura e a segurança pública, o estudo destaca que os danos econômicos são consideráveis, com prejuízos anuais próximos a R$ 1 bilhão, especialmente nos setores elétrico, de telecomunicações e industrial.
A previsão é de que o aumento das tempestades seja impulsionado principalmente pelo aquecimento global e pela maior frequência de eventos climáticos como o El Niño. A Defesa Civil de São Paulo já registrou 19 mortes desde o início da Operação Verão em dezembro de 2024, um reflexo da gravidade das condições climáticas. Além dos danos diretos causados pelas tempestades, o estudo também alerta para os prejuízos causados por inundações e vendavais, eventos frequentemente associados a esses fenômenos climáticos extremos.