Um estudo conduzido pela Universidade de São Paulo (USP) revelou que médiuns podem ter alterações genéticas que impactam o funcionamento de diversos genes, incluindo aqueles relacionados ao sistema sensorial e imunológico. A pesquisa, realizada entre abril de 2020 e abril de 2021, envolveu 119 participantes, sendo 54 médiuns e 53 indivíduos de controle, além de 12 médiuns independentes. Os pesquisadores identificaram 15.669 variantes genéticas exclusivas entre os médiuns, sugerindo que essas mudanças podem proporcionar uma sensibilidade maior ao ambiente, o que explicaria a percepção de aspectos da realidade não detectados pela maioria das pessoas.
Durante a pesquisa, foram analisados dados como etnia, escolaridade e amostras de saliva dos participantes. O estudo incluiu a análise do exoma, a região do DNA responsável pela produção de proteínas, que impacta a formação do corpo. Entre as habilidades reportadas pelos médiuns, 92,7% afirmaram falar sob a influência de espíritos, 70,9% disseram se comunicar por escrito, e outros manifestaram experiências como visões de espíritos e sensação de estar fora do corpo. As análises genéticas indicaram que as mutações encontradas estavam principalmente no sistema imune, inflamatório e na glândula pineal, que tem sido associada a diversas funções físicas e espirituais.
Os pesquisadores acreditam que essas mutações podem indicar uma predisposição biológica nos médiuns, permitindo que percebam dimensões da realidade que outras pessoas não conseguem. A glândula pineal, tradicionalmente associada a processos espirituais, foi identificada como um dos principais locais afetados, o que reforça a hipótese de que esses indivíduos possuem uma capacidade diferente de perceber o mundo ao seu redor. O estudo abre um novo campo para a compreensão da mediunidade sob uma perspectiva biológica e genética, sem desconsiderar a crença espiritual que envolve o fenômeno.