A busca por asilo nos Estados Unidos, tradicionalmente realizada por imigrantes que se entregavam às autoridades na fronteira com o México, se tornou ainda mais difícil após o segundo mandato de Donald Trump. Muitos imigrantes, como o brasileiro Nicolas Campana, tentaram utilizar a estratégia conhecida como “cai-cai”, que consiste em atravessar a fronteira e se entregar às autoridades para solicitar asilo. Porém, com as políticas mais rígidas de Trump, a possibilidade de obter asilo se tornou limitada, afetando diretamente aqueles que buscavam uma nova vida no país.
A situação de muitos imigrantes, como o casal Pedro e Camila Torres, ilustra os desafios enfrentados. Eles, como outros, venderam tudo o que tinham no Brasil e contrataram coiotes para atravessar a fronteira. No entanto, após a detenção e os difíceis processos de asilo, enfrentaram condições precárias nas prisões de imigrantes, incluindo tratamento desumano e falta de comunicação. Mesmo após o sofrimento, muitos imigrantes ainda mantêm o desejo de tentar novamente, seja através de vistos ou em outros destinos, como a Europa.
A mudança nas leis e políticas de imigração, especialmente após o governo Trump, complicou ainda mais a obtenção de asilo. A Lei de Refugiados, que permitia a entrada de pessoas em perigo, foi enfraquecida, e medidas como a suspensão de aplicativos para solicitação de asilo e a militarização da fronteira dificultaram ainda mais o processo. As histórias de deportação e condições de detenção são comuns entre os imigrantes, evidenciando as consequências de um sistema mais restritivo e a frustração de quem ainda sonha com uma nova chance nos Estados Unidos.