A Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, enfrentou um rombo bilionário de R$ 14 bilhões no Plano 1 entre janeiro e novembro de 2024. Especialistas apontam que uma estratégia de investimentos mais conservadora, priorizando ativos de renda fixa, poderia ter garantido maior previsibilidade e evitado esse déficit. A alta exposição do fundo a investimentos em renda variável, que geraram perdas de 9,04%, foi vista como um dos principais fatores que contribuíram para o resultado negativo. Em anos anteriores, a alocação mais cautelosa havia resultado em superávits, evidenciando a importância de revisar a distribuição dos ativos.
A gestão do fundo, sob a liderança de um novo comandante, contrastou com os anos anteriores, quando a Previ registrou resultados positivos. Em 2021, um déficit de R$ 14,85 bilhões ocorreu devido à crise da pandemia, mas o fundo havia conseguido superar a volatilidade nos anos subsequentes, com lucros robustos de mais de 10% em ativos de renda fixa. A atual situação reflete uma mudança nas condições econômicas e na estratégia de investimentos, gerando preocupações sobre a sustentabilidade da Previ a longo prazo e os impactos nos beneficiários, especialmente os aposentados que dependem do fundo.
A situação levanta questões sobre a solidez dos grandes planos de previdência complementar no Brasil, considerando que o déficit pode exigir aportes do governo. Além disso, especialistas alertam para os riscos de impacto nas finanças públicas e nos fundos de pensão como um todo. A análise do TCU e a auditoria em curso devem fornecer mais clareza sobre os responsáveis pela gestão do fundo e sobre a viabilidade de corrigir a estratégia para garantir a saúde financeira da Previ no futuro.