O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, declarou que o governo dos EUA tomará medidas contra o Panamá caso a influência da China sobre o Canal do Panamá não seja reduzida. Durante uma visita oficial ao país, Rubio se encontrou com o presidente panamenho, José Raúl Mulino, e expressou a preocupação dos Estados Unidos sobre a crescente presença chinesa na infraestrutura estratégica. Embora o governo panamenho tenha se comprometido a não renovar um acordo com a China assinado em 2017, Mulino enfatizou que o controle do canal permanece sob soberania panamenha, sem qualquer interferência externa.
O Departamento de Estado dos EUA, por sua vez, não especificou as medidas que poderiam ser tomadas, mas destacou que, caso não haja mudanças, os Estados Unidos se reservam o direito de proteger seus interesses no canal, conforme o tratado de devolução assinado em 1999. A disputa se intensifica devido às tensões históricas entre os dois países, que remontam à construção do canal pelos Estados Unidos no início do século XX, e que só foi devolvido ao Panamá após acordos nos anos 1970 e 1990.
Em paralelo, o governo panamenho também propôs ao governo dos EUA uma colaboração ampliada em questões de imigração e crime organizado. Mulino reafirmou a independência do Panamá em relação ao controle do canal, apesar das pressões externas. A visita de Rubio à região, que inclui outros países da América Central e do Caribe, tem como foco, além das questões geopolíticas, o combate à imigração ilegal e ao narcotráfico, dois pontos centrais na agenda da administração de Donald Trump.