O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, alertou que Washington poderá tomar medidas caso o Panamá não reduza a presença chinesa no Canal do Panamá. A afirmação surgiu em meio a declarações de Donald Trump, que ameaçou retomar o controle da via, alegando que a administração chinesa de dois portos no canal fere o tratado de neutralidade de 1999, que garante a livre passagem de navios de qualquer país. Durante uma visita ao Panamá, Rubio se reuniu com o presidente panamenho, José Raúl Mulino, que reafirmou a soberania do país sobre o canal, mas indicou que pode revisar acordos comerciais com a China.
Mulino também afirmou que o Panamá não renovará acordos com o governo chinês para a Iniciativa do Cinturão e Rota, programa que permitiu investimentos chineses no Canal. Embora tenha garantido que o tratado de neutralidade não está sob ameaça, a pressão internacional sobre os contratos com empresas chinesas segue. A administração de portos do Canal do Panamá, atualmente controlada pela autoridade portuária independente, é alvo de críticas dos Estados Unidos, que consideram que esses acordos violam compromissos internacionais.
A história do canal remonta ao final do século XIX, quando a França iniciou sua construção, mas foi interrompida por dificuldades técnicas e de saúde. Os Estados Unidos assumiram o projeto em 1904, concluindo a obra em 1914 e mantendo o controle até 1999, quando o Panamá assumiu a administração plena após os Tratados Torrijos-Carter. A transferência de poder gerou tensões, mas o canal continua a ser um ponto central nas relações geopolíticas da região.