A Organização das Nações Unidas (ONU) informou ao governo brasileiro que os Estados Unidos deixaram o Brasil de fora da liberação de verbas para ajuda humanitária. O corte no financiamento à ONU foi uma das primeiras medidas do governo de Donald Trump, sendo retomado recentemente, mas com foco em países como Iraque, Síria e Faixa de Gaza, além de uma atuação limitada no México, voltada para ações na fronteira. No Brasil, essa verba representa cerca de 60% do financiamento da Organização Internacional para as Migrações (OIM), que atua na assistência a migrantes venezuelanos.
A suspensão parcial das atividades da OIM no Brasil impacta diretamente a Operação Acolhida, que desde 2018 realiza a regularização de migrantes e oferece assistência humanitária em Roraima. A redução de recursos compromete a infraestrutura e o funcionamento de centros de acolhimento, afetando a manutenção de estruturas físicas e humanas necessárias para lidar com a crise migratória. Diante disso, o governo brasileiro estuda transferir a responsabilidade da operação para outros ministérios, como os da Justiça, Defesa, Saúde e Desenvolvimento Social.
Além da ONU, organizações sem fins lucrativos também estão sendo afetadas, como a Cáritas Brasileira, que anunciou a suspensão de serviços de emergência em Roraima, como água, saneamento e higiene. A decisão de interromper esses serviços segue uma ordem executiva do governo dos Estados Unidos, que revisa e realinha sua ajuda externa, afetando diretamente a assistência oferecida à população vulnerável na região.