O Equador vai às urnas novamente após um período de 14 meses de intensa turbulência política, econômica e social, desde a ascensão de Daniel Noboa à presidência em novembro de 2023. Durante esse período, Noboa enfrentou o agravamento da crise de segurança, com o país atingindo níveis recordes de violência. Seu governo implementou um rigoroso plano de segurança, que, embora tenha apresentado algumas melhorias, não trouxe uma mudança significativa na criminalidade. A falta de resultados mais contundentes na área gerou críticas, além de um caso polêmico envolvendo abuso de poder por parte das forças armadas, o que gerou uma reação negativa entre a população.
A economia do país também se mostrou instável, com uma recessão em 2024, agravada por uma crise energética que resultou em apagões prolongados e perdas econômicas significativas. Apesar de o governo ter recebido um empréstimo do FMI para enfrentar a crise fiscal e implementar ajustes, a pobreza aumentou e o mercado de trabalho continua com dificuldades. Nesse cenário, Noboa buscou um equilíbrio entre medidas de austeridade e programas de recuperação econômica, sem, no entanto, apresentar soluções definitivas para os problemas estruturais do país.
Em meio a esses desafios, Noboa se mantém como o favorito nas pesquisas para a reeleição, mas com uma popularidade em queda, refletindo a insatisfação popular com a violência, a crise econômica e as tensões políticas internas, incluindo uma disputa com a vice-presidente e uma crise diplomática com o México. Enquanto a oposição, representada principalmente por Luisa González, tenta capitalizar sobre a fragilidade do governo, analistas destacam que a falta de propostas claras de mudança e as divisões internas dificultam uma alternativa viável à continuidade do governo atual. As eleições deste domingo podem definir se Noboa conseguirá manter o apoio da população ou se o país buscará uma mudança de direção.