A Estação Experimental da Epagri em Lages, localizada na Serra Catarinense, está realizando pesquisas sobre o uso do bagaço da maçã como alternativa alimentar para o gado de corte. Aproveitando a grande produção da fruta na região de São Joaquim, as pesquisadoras da Epagri buscam avaliar a viabilidade do resíduo da maçã, produzido pela indústria após o processamento, como suplemento energético na dieta do gado, especialmente durante o período de escassez de pastagem no outono.
O bagaço de maçã, embora pobre em proteína, é rico em energia e possui carboidratos de fácil digestão, o que pode contribuir para o ganho de peso do gado. No entanto, sua utilização requer cuidados, como o armazenamento adequado em silagem para evitar fermentações e toxinas. A pesquisa também destaca a importância da análise bromatológica do material para garantir a qualidade do alimento oferecido aos animais, já que o resíduo pode variar conforme o processo industrial.
Além de ser uma solução ambientalmente interessante, o uso do bagaço da maçã pode representar uma alternativa econômica tanto para os produtores quanto para a indústria. A indústria de processamento de maçãs pode comercializar o resíduo, cumprindo a legislação ambiental, enquanto os produtores adquirem um alimento de menor custo. A Epagri, com o apoio da Fapesc e da TC Agronegócios, deve publicar um boletim técnico em 2026, orientando os produtores sobre a melhor forma de utilizar esse resíduo na alimentação animal.