O envelhecimento da população e a queda nas taxas de fertilidade estão reformulando as estruturas demográficas globais, criando um cenário de contrastes demográficos. Essa transição impacta especialmente economias mais desenvolvidas, incluindo a China, e afetará regiões mais jovens, como a América Latina e a Ásia, nas próximas gerações. A mudança no perfil etário resulta em uma força de trabalho menor, aumento da proporção de idosos e um crescimento desacelerado do PIB global, o que exige uma adaptação das sociedades e economias ao novo cenário. No Brasil, as projeções indicam uma diminuição do PIB per capita, com a transição demográfica pressionando ainda mais a economia.
Esse fenômeno também intensifica os desafios para os sistemas de saúde e previdência, dado o aumento da longevidade e a redução da população em idade ativa. No Brasil, a quantidade de trabalhadores por aposentado cairá significativamente até 2050, o que exigirá reformas estruturais para garantir a sustentabilidade dos sistemas públicos. A falta de jovens no mercado de trabalho e o aumento das demandas por serviços de saúde e aposentadoria exigem maior investimento em tecnologia, educação e políticas de inclusão, além de aumentar a participação feminina no mercado de trabalho.
Além disso, as mudanças no perfil etário alteram padrões de consumo, com os idosos se tornando uma parcela crescente do mercado, especialmente no setor de saúde e bem-estar. Para enfrentar essas transformações, os países ricos podem recorrer à imigração, embora isso dependa de políticas eficazes de integração. No Brasil, o desafio está na retenção de talentos e na prevenção da fuga de cérebros. Em ambos os casos, as sociedades terão que rever seus contratos sociais, adaptando-os a uma realidade demográfica e econômica cada vez mais complexa.