Em meio a uma onda de violência, apagões e dificuldades econômicas, cerca de 11 milhões de equatorianos irão às urnas neste domingo (9) para escolher o presidente e os 151 parlamentares da Assembleia Nacional. A eleição ocorre em um contexto de crescente insegurança, com um aumento de 588% nos homicídios nos últimos cinco anos, tornando o Equador um dos países mais violentos da América Latina. O atual presidente, Daniel Noboa, enfrenta 15 candidatos, sendo Luisa González, do partido Revolução Cidadã, a principal concorrente, com propostas para reativar a economia com a participação do Estado.
A crise de segurança, com motins e conflitos entre facções criminosas, tem dominado a agenda política. O governo de Noboa, que assumiu após um processo de dissolução do Parlamento e eleições antecipadas, adotou uma política de segurança rígida, com aumento do poder militar. Contudo, especialistas apontam que essa abordagem tem gerado poucas soluções efetivas para combater o crime organizado, afetando principalmente a população mais vulnerável. Em contraste, González, vinculada ao ex-presidente Rafael Correa, propõe uma política econômica mais voltada para a auditoria da dívida externa e menor dependência do petróleo.
O cenário eleitoral é incerto, com pesquisas divididas entre a vitória de Noboa e González no primeiro turno. A insegurança tem sido um dos principais temas de debate, substituindo questões históricas, como o extrativismo e os direitos indígenas, que tradicionalmente pautaram as eleições no país. A sociedade equatoriana enfrenta uma difícil escolha entre uma proposta econômica associada a uma visão de mercado e uma alternativa que busca fortalecer o papel do Estado no desenvolvimento econômico e social.