As eleições gerais de 2025 na Alemanha registraram um crescimento significativo do partido de extrema direita AfD, que obteve a maioria dos votos nos estados da ex-Alemanha Oriental. O resultado é reflexo de um cenário econômico menos favorável e uma menor tradição de imigração nesses estados, características que coincidem com o discurso anti-imigração do AfD. Já na Alemanha Ocidental, a União Democrática Cristã (CDU) se destacou, mas não obteve a maioria absoluta, o que implica em negociações complexas para a formação de um novo governo.
O AfD, que cresceu de maneira expressiva, agora se torna uma força consolidada no Bundestag, alcançando 152 cadeiras, um aumento de 69 em relação à última eleição. Esse crescimento representa uma ascensão recorde para um partido de direita desde o pós-guerra, levantando preocupações sobre a estabilidade política do país. O CDU, por sua vez, venceu as eleições, mas seu líder Friedrich Merz terá que formar alianças com outras legendas para governar, já que o partido não obteve cadeiras suficientes para garantir a governabilidade.
A crise política que levou às eleições antecipadas ocorreu após o colapso do governo do atual chanceler Olaf Scholz, que não conseguiu manter a estabilidade da coalizão. Com a ascensão da extrema direita, a formação de uma coalizão governamental será desafiadora, especialmente com o isolamento do AfD, acusado de extremismo e de vínculos com movimentos neonazistas. As negociações para um novo governo poderão se arrastar por meses, e, caso não haja acordo, novas eleições poderão ser convocadas.