As eleições na Alemanha, marcadas para o próximo domingo (23), geram preocupações em toda a Europa, especialmente devido ao crescimento da Alternativa para a Alemanha (AfD), partido de ultradireita. A professora Carolina Pavese, especialista em Relações Internacionais, destacou que a Alemanha, como maior economia e país mais influente da União Europeia, tem um papel fundamental nas decisões do bloco. Uma vitória de forças mais conservadoras, como a AfD, pode impactar a agenda política da UE, tornando-a mais voltada para o conservadorismo e afastando-se do multilateralismo, que historicamente foi a base do processo de integração europeia.
O avanço da AfD, especialmente no leste do país, reflete uma crescente insatisfação em regiões mais empobrecidas, com propostas que incluem políticas restritivas à imigração e o fechamento de fronteiras. A crise econômica e política da Alemanha, com um desempenho negativo em 2023 e perspectivas de recuperação lenta, também contribui para esse cenário. A guerra na Ucrânia, que aumentou o custo da energia, e a inflação são desafios que o próximo governo terá que enfrentar, e as eleições podem determinar o caminho para lidar com essas questões.
Além da AfD, outros partidos de extrema-direita têm ganhado força em países como França e Portugal, evidenciando uma tendência em várias partes da Europa. No cenário alemão, Friedrich Merz, líder da CDU, é apontado como possível chanceler, e embora tenha descartado alianças com a AfD, adotou recentemente uma postura mais conservadora em relação à imigração. O futuro político da Alemanha será moldado pelas escolhas eleitorais deste domingo, com implicações significativas para a política interna e o papel do país na União Europeia.