El Salvador propôs um acordo inovador ao governo dos Estados Unidos, oferecendo-se para abrigar prisioneiros norte-americanos, desde que estes sejam criminosos condenados, e permitindo que o país receba pessoas deportadas que entraram ilegalmente nos EUA. A proposta foi apresentada pelo presidente Nayib Bukele, que afirmou que a medida serviria como uma solução para o sistema penitenciário dos EUA, oferecendo preços mais baixos para o governo norte-americano, mas com benefícios significativos para El Salvador. A proposta inclui o uso de um novo mega-presídio em El Salvador, destinado principalmente a lidar com criminosos de gangues violentas como a MS-13.
No entanto, questões legais surgiram em torno da viabilidade da proposta, especialmente em relação à deportação de cidadãos americanos. Embora a deportação de estrangeiros seja legal, a deportação de cidadãos norte-americanos é proibida pela Constituição dos EUA. Isso levanta dúvidas sobre a legalidade do acordo, já que cidadãos naturais não podem ser deportados, mesmo que tenham cometido crimes. Especialistas em imigração também ressaltam que cidadãos naturalizados só podem ser deportados sob condições excepcionais, como crimes graves ou desnaturalização.
Essa proposta ocorre em um contexto de intensas tentativas de El Salvador para combater a violência das gangues e a insegurança no país, com o governo de Bukele implementando medidas rigorosas desde 2022. A oferta de Bukele foi recebida com ceticismo por algumas autoridades dos EUA, que estão analisando a questão legal antes de se comprometerem com qualquer decisão. Apesar disso, o presidente salvadorenho tem aproveitado a atenção gerada por sua proposta para destacar o papel de El Salvador no debate global sobre imigração e segurança.