O dólar teve uma valorização moderada na tarde desta sexta-feira (7/2), fechando perto de R$ 5,80. O movimento foi impulsionado pela aversão ao risco gerada pelas declarações do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre a possível imposição de tarifas recíprocas aos seus parceiros comerciais. Apesar de um cenário de alta nos preços das commodities e dados fortes do mercado de trabalho nos Estados Unidos, o mercado reagiu negativamente à perspectiva de políticas protecionistas, o que afetou as divisas emergentes, como o real.
O impacto das tarifas foi mais notável no final do pregão, quando o dólar superou R$ 5,80, chegando a R$ 5,8086, influenciado também por comentários do ministro Wellington Dias sobre um possível reajuste do Bolsa Família, o que gerou especulações no mercado. Essa possibilidade de aumento do benefício gerou incertezas, já que o governo ainda não possui espaço orçamentário para tal medida. A medida poderia aumentar as pressões inflacionárias, agravando a situação econômica do país.
O economista Daniel Miraglia observou que, após a queda recente do dólar, havia espaço para a realização de lucros, o que foi intensificado pela piora do clima externo. Ele destacou que o movimento de valorização do real em 2025 tende a ser mais influenciado por questões domésticas do que pelo cenário internacional, especialmente com as incertezas políticas relacionadas à popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a possibilidade de mudanças na postura do governo em relação ao mercado financeiro.