O valor do dólar registrou uma queda significativa no início de 2025, após disparar no final de 2024. Entre os fatores que explicam essa mudança, destaca-se a postura mais pragmática de Donald Trump em relação à China e ao comércio internacional, o que diminui as expectativas de inflação nos Estados Unidos. Além disso, o retorno do republicano ao poder não gerou as tarifas agressivas que muitos previam, o que aliviou a pressão sobre moedas emergentes, como o real. A adoção de políticas menos protecionistas por parte de Trump contribuiu para uma valorização das moedas desses países.
No Brasil, outro fator importante foi a decisão do Banco Central de aumentar a taxa básica de juros (Selic) em janeiro, para 13,25% ao ano. Essa elevação torna os investimentos em títulos de renda fixa mais atraentes, atraindo capital estrangeiro e fortalecendo o real frente ao dólar. Apesar de o cenário de inflação elevada no Brasil e a perspectiva de mais aumentos da Selic, a alta dos juros tem um efeito positivo na valorização da moeda brasileira, ao contrário da tendência de baixa no juros nos Estados Unidos.
Além dos fatores internos, a diminuição do risco geopolítico também influenciou o mercado. O cessar-fogo entre Israel e Hamas, junto com uma possível redução das tensões na Ucrânia, tem contribuído para um ambiente mais estável, favorecendo moedas de mercados emergentes. Apesar dessas melhorias, o Brasil ainda enfrenta desafios internos, como a desaceleração econômica provocada pelos juros altos, o que impede uma queda mais acentuada do dólar. A recuperação da moeda brasileira reflete um cenário mais favorável, mas com cautela quanto aos desafios fiscais e econômicos a longo prazo.