Apesar da alta predominante do dólar no mercado externo, o real registrou uma leve valorização no dia 10 de fevereiro, impulsionado pelo apetite de investidores estrangeiros por ativos brasileiros e pela valorização de commodities como petróleo e minério de ferro. Embora o anúncio de tarifas de 25% sobre aço e alumínio pelos EUA tenha gerado especulações, a aversão ao risco não foi tão acentuada. As expectativas de uma possível mudança de postura de Donald Trump, como ocorreu com México e Canadá, ajudam a moderar as reações.
O dólar iniciou o dia com alta, ultrapassando R$ 5,80, mas logo perdeu força e fechou em R$ 5,7860, com queda de 0,13%. Esse movimento foi influenciado pela entrada de recursos estrangeiros, atraídos pela valorização das commodities e pelo diferencial de juros, especialmente com a taxa Selic alta. O Brasil, como um dos principais exportadores de aço para os EUA, segue atento às possíveis respostas a essa imposição tarifária. Além disso, a expectativa sobre a política monetária dos EUA e a estabilidade do mercado financeiro também foram fatores que influenciaram o câmbio.
Em relação à inflação interna, o IPCA de janeiro deve apresentar uma desaceleração, com variação prevista de 0,16%, impactada pela entrada do bônus de Itaipu na tarifa de energia elétrica. O cenário para a taxa Selic segue com perspectiva de manutenção da taxa em 15% até o fim do ano, ajudando a sustentar a valorização do real. O mercado aguarda ainda os dados sobre a inflação nos EUA para calibrar as expectativas sobre o futuro da política monetária do Federal Reserve.