O real apresentou leve valorização no dia 10 de fevereiro, apesar da alta predominante do dólar no mercado internacional. Esse movimento foi impulsionado pelo aumento dos preços de commodities como petróleo e minério de ferro, e pela entrada de recursos estrangeiros no mercado brasileiro. Mesmo com o anúncio de tarifas sobre aço e alumínio pelos Estados Unidos, a aversão ao risco não foi acentuada, com investidores aguardando decisões mais claras por parte do governo norte-americano. O dólar, que chegou a superar os R$ 5,80 logo pela manhã, fechou o dia em R$ 5,7860, com queda de 0,13%, acumulando desvalorização no mês e no ano.
O economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, destacou que a entrada de recursos estrangeiros no Brasil está relacionada à alta das commodities e à atratividade das operações de carry trade. Além disso, o Brasil se beneficia indiretamente do bom desempenho da economia chinesa, o que torna os ativos brasileiros, especialmente as blue chips, mais atraentes para investidores. Operadores também observam a diminuição de prêmios de risco embutidos na taxa de câmbio, após rumores sobre ajustes no Bolsa Família, que foram desmentidos pelo governo.
No cenário internacional, o dólar teve um desempenho misto, com alta frente a várias moedas de países emergentes e exportadores de commodities, mas com exceções, como o real e o peso chileno. A expectativa é que a divulgação dos índices de inflação nos Estados Unidos, tanto ao consumidor quanto ao produtor, forneça novos indicativos para o Federal Reserve, que mantém uma política monetária vigilante, aguardando impactos das medidas de Donald Trump sobre a economia. Enquanto isso, o Brasil segue observando as pressões internas, com o mercado atento às possíveis mudanças na política monetária e fiscal.