Em janeiro de 2025, o real registrou a segunda maior valorização entre as 27 principais economias globais, e essa tendência de alta continuou até fevereiro, com a moeda brasileira alcançando níveis de R$ 5,80. Contudo, a valorização foi interrompida no dia 5 de fevereiro, embora o dólar ainda se mantivesse distante das máximas históricas de R$ 6,30 observadas em dezembro do ano anterior. A queda do dólar foi impulsionada por uma série de fatores, como os dados econômicos fracos dos Estados Unidos e o alívio temporário causado pela suspensão das tarifas sobre o México, Canadá e China, anunciada por Donald Trump.
Entre os fatores que contribuíram para a desvalorização do dólar, destacou-se o enfraquecimento da atividade econômica nos EUA, com indicadores como as encomendas industriais e o relatório de empregos mostrando sinais de desaceleração. Além disso, a política monetária do Federal Reserve, que poderia suavizar os aumentos das taxas de juros, gerou expectativas de um movimento menos agressivo, influenciando a cotação da moeda. A alta da taxa Selic no Brasil, por sua vez, também gerou um aumento no interesse por operações de carry trade, tornando mais caros os investimentos em dólar e contribuindo para a valorização do real.
Entretanto, apesar da recente queda, analistas estão céticos quanto à sustentabilidade dessa tendência, apontando que a saúde da economia brasileira ainda não mudou substancialmente. A previsão de crescimento do PIB brasileiro foi ajustada para 1,9% em 2025, devido a uma desaceleração da atividade econômica, enquanto o risco de medidas populistas pode afetar o cenário fiscal. Alguns bancos, como o Bradesco, projetam uma moeda estável em torno de R$ 6,00 até o final do próximo ano, enquanto o UBS antecipa uma possível valorização do dólar para R$ 6,40, impulsionada por uma recuperação econômica global e incertezas sobre a política externa dos EUA.