O dólar se valorizou ao longo do dia 7 de fevereiro, fechando a sessão em alta moderada, próximo de R$ 5,80. O movimento foi impulsionado pela aversão ao risco gerada por ameaças de tarifas recíprocas de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, que afetaram as moedas emergentes, incluindo o real. Embora o mercado de trabalho dos EUA tenha apresentado bons resultados pela manhã, os receios sobre as políticas protecionistas de Trump e seus impactos inflacionários contribuíram para um fortalecimento do dólar, que superou a marca de R$ 5,80 no final do pregão.
O governo brasileiro, por sua vez, enfrentou um novo episódio de incerteza, com declarações do ministro do Desenvolvimento Social sobre a possibilidade de um reajuste no valor do Bolsa Família, o que também afetou a percepção do mercado. A especulação em torno do aumento do benefício foi refutada por fontes do governo, que destacaram a falta de espaço orçamentário e os possíveis efeitos negativos sobre a inflação. O real, após registrar um desempenho relativamente melhor durante a manhã, acabou apresentando perdas mais expressivas no fechamento, sendo superado por moedas como o peso mexicano.
O cenário externo também exerceu forte influência na dinâmica do mercado cambial, com o anúncio de novos planos de tarifas de Trump. Embora a geração de empregos nos EUA tenha ficado abaixo das expectativas, outros indicadores econômicos, como o aumento salarial e o crescimento da taxa de emprego de dezembro, mantiveram uma perspectiva de vigor para a economia americana. No Brasil, a queda da popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva gerou especulações sobre possíveis mudanças em sua postura econômica, o que alimentou a percepção de que o real poderia continuar sua valorização, dependendo das escolhas políticas internas.