Em janeiro de 2023, o território Yanomami foi declarado em emergência de saúde pública, devido ao agravamento de problemas como desnutrição e malária, exacerbados pelo garimpo ilegal. Com a intervenção do governo federal, o número de profissionais de saúde na região aumentou significativamente, passando de 690 para 1.757 em dois anos. Essa ampliação trouxe melhorias no atendimento básico e na infraestrutura de saúde, com a reestruturação de polos de saúde em áreas como Auaris e Surucucu. A presença de médicos, enfermeiros, nutricionistas e outros profissionais ajudou a reduzir o número de mortes por desnutrição e malária, além de recuperar parte da população afetada.
As lideranças indígenas, como Júnior Hekuari e Mônica Yanomami, relataram que os avanços na saúde foram visíveis, com a diminuição de mortes e o retorno de crianças com melhor estado de saúde. No entanto, ainda existem desafios, como o controle da malária, especialmente em áreas impactadas por garimpos, que favorecem a proliferação do mosquito transmissor da doença. Apesar disso, os dados disponíveis mostram uma redução significativa de óbitos, de 14 para 9 entre 2023 e 2024, e um aumento na recuperação nutricional das crianças.
O sistema de saúde indígena continua a ser fortalecido, com novas unidades e o primeiro hospital em território indígena, que deve ser inaugurado em agosto de 2025. Embora as condições melhorem, o trabalho das equipes de saúde ainda é desafiador, devido à complexidade das doenças e ao isolamento de algumas comunidades. A parceria com organizações como Médicos Sem Fronteiras tem sido fundamental para melhorar a infraestrutura e as condições de atendimento. O combate ao garimpo ilegal e a continuidade das ações de saúde são essenciais para garantir a recuperação plena da população Yanomami e a proteção do território.