Uma pesquisa realizada a pedido da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), divulgada em fevereiro, mostrou que o endividamento das famílias brasileiras diminuiu para 76,1% em janeiro, com uma redução de 0,6 ponto percentual em relação a dezembro e 2 pontos em comparação com o mesmo mês de 2024. Essa queda foi observada principalmente entre as famílias que reduziram seus gastos e buscaram adotar práticas de consumo mais conscientes. Contudo, a pesquisa também identificou que as famílias mais vulneráveis, com renda de até três salários mínimos, registraram aumento no nível de endividamento.
Apesar dessa melhora nos índices gerais, a pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) apontou que 29,1% das famílias têm dívidas em atraso e 12,7% não conseguirão pagá-las. A inadimplência, embora tenha apresentado uma leve redução em relação a dezembro, ainda se mantém alta, refletindo a dificuldade de muitas famílias em administrar suas finanças. A pesquisa revelou também que as dívidas comprometem, em média, 30% da renda das famílias, o que sugere uma postura mais conservadora em relação aos gastos e um possível impacto negativo no consumo.
A CNC, embora reconheça a queda do endividamento, projeta que as dívidas das famílias voltarão a crescer ao longo de 2025, com um aumento gradual no percentual de endividados, que deverá chegar a 77,5% até o final do ano. A pesquisa também alerta para o aumento da inadimplência, estimando que cerca de 29,8% das famílias estarão com dívidas em atraso até dezembro. Esses resultados refletem um cenário econômico instável, especialmente para as famílias mais pobres, que enfrentam dificuldades maiores para quitar suas dívidas e garantir a estabilidade financeira.