A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) alertou para a grande disparidade no tratamento do câncer infantil entre países de alta e baixa renda. Nos países ricos, mais de 80% das crianças diagnosticadas com a doença conseguem se curar, enquanto em nações da América Latina e do Caribe, especialmente aquelas com rendas médias e baixas, o índice de cura é de apenas 20%. Estima-se que, anualmente, 30 mil crianças e adolescentes da região sejam diagnosticados com câncer, com quase 10 mil vindo a falecer devido à falta de acesso adequado a tratamentos.
O principal fator que contribui para essa disparidade é o limitado acesso a medicamentos de qualidade e a tratamentos adequados, conforme destacado pelo médico Mauricio Maza, consultor regional da Opas. A situação é ainda mais crítica considerando-se o número de mortes preveníveis por câncer cervical, com 40 mil mulheres falecendo anualmente nas Américas, embora o câncer de colo uterino possa ser erradicado como problema de saúde pública.
A Opas também apresentou metas para 2030 com o objetivo de reduzir o impacto dessas doenças. Entre as medidas propostas estão a vacinação contra o HPV em 90% dos adolescentes de 15 anos, a detecção precoce de câncer entre 70% das mulheres de 35 a 45 anos e o tratamento de 90% das lesões pré-cancerígenas e casos invasivos. A Opas reforça que é urgente um esforço coletivo para garantir que ninguém seja privado do tratamento necessário para vencer o câncer.